Greenpeace faz protesto em sete capitais contra aquecimento global
Motorista sozinho no carro é razão para multa. Em cidades (ou num mundo) que vivem um colapso de mobilidade, não aproveitar a capacidade completa do veículo é infração. O item não está no Código Brasileiro de Trânsito, mas já entrou nas normas éticas e ambientais do Greenpeace. Ativistas e voluntários da ONG fizeram, ontem, uma fiscalização simbólica na Avenida Rosa e Silva, uma das mais movimentadas da Zona Norte, para alertar a sociedade sobre a poluição e os transtornos provocados pelo aumento do trânsito. A ação faz parte de uma campanha que vem sendo desenvolvida em sete cidades, incluindo o Recife, para que o governo brasileiro apresente metas efetivas na COP-15, a reunião da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada, em dezembro, na Dinamarca.
Pela manhã, os voluntários locais do Greenpeace fiscalizaram os carros que passaram pela avenida, no cruzamento com a Rua Amélia, das 7h30 às 9h30. À tarde, os guardas ambientais "autuaram" os motoristas desavisados até as 19h. "Entregamos a multa simbólica aos motoristas que estavam sozinhos, aos que não respeitaram ciclistas e pedestres ou aos que estavam em carros grandes, de estrada", esclareceu a coordenadora local do grupo de voluntários, Bárbara Stival. A multa, contou, era um adesivo que tinha, de um lado, o recado "Pare: mude o clima" e do outro as explicações sobre a infração. O grupo repetirá, hoje, a ação na Avenida Domingos Ferreira, na altura do Clinical Center, em Boa Viagem.
O motorista Antônio Ferreira disse que achou a ação criativa e "se desculpou" por estar sozinho. Mas acrescentou, logo em seguida, que costuma dar carona aos colegas na volta para casa. Outras ações estão sendo desenvolvidas no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Manaus. No Recife, além da ação de hoje, em Boa Viagem, o grupo fará uma limpeza na praia no sábado e um ato a favor da energia solar, no domingo.
(Diario de Pernambuco)
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