sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Música para salvar o Capibaribe da poluição

Toda sexta-feira, dois grupos de estilos musicais diferentes fazem shows no Capibar, no bairro de Casa Forte, e parte da renda é destinada à revitalização do rio. Projeto continua até o ano que vem

“Música que limpa o rio” é o mote do projeto Música na Beira do Rio, promovido por bandas locais e movimento Recapibaribe. Toda sexta-feira, dois grupos de estilos musicais diferentes se apresentam no bar às margens do Rio Capibaribe, o Capibar (Rua Tapacurá, 101), em Casa Forte, Zona Norte, e parte da renda da bilheteria é destinada à recuperação do rio. Hoje, no palco do bar, o público pode conferir o hip-hop americano da The Wink e o autoral alternativo da Mamelungos, a partir das 22h. A entrada é R$ 10 ou R$ 5 e um quilo de alimento não-perecível. A ideia da parceria surgiu quando os integrantes da banda Homem do Mato procuravam um local para voltar a fazer shows e procuraram o Capibar. Socorro concordou com as apresentações, desde que a banda destinasse ao movimento os alimentos não-perecíveis entregues pelo público. “Falei com o pessoal da Mamelungos e nos empolgamos bastante porque todos têm alguma relação com o rio nos lugares onde moram”, contou o músico e um dos idealizadores Wady Daher (Neto), da Homem do Mato. O projeto teve início há pouco mais de um mês e a previsão é que continue até o ano que vem. O foco, por enquanto, é arrecadar fundos para um ato do movimento Recapibaribe, no dia 28 deste mês, o Todos em defesa do rio, segundo Neto. O ato, que também aconteceu no ano passado, pretende reunir 100 pescadores para recolher lixo em um trecho de 15 quilômetros do curso d’água.Nesse dia, os pescadores receberão ajuda de custo e cesta básica para cumprir a meta de recolhimento de 400 quilos de lixo, cada. No ponto final, no Ginásio Pernambucano, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, haverá contagem do material coletado. Os pescadores que recolherem as maiores quantidades serão premiados. “É preciso trabalhar para quem não pede nada em troca a gente: a natureza. Se não cuidarmos do rio, o Recife perderá sua beleza”, diz a dona do Capibar e fundadora do movimento Recapibaribe, Maria do Socorro Catanhede. Ela salienta que mais parcerias como essa e outras contribuições são benvindas. “Os meninos abraçaram a causa e é desse espírito de solidariedade com a questão ambiental que precisamos”, afirmou. Para contactar Socorro basta ligar (81) 3268-2643 ou (81) 9949-0239. “O Música na Beira do Rio tem agradado tanto que há várias bandas se oferecendo para tocar”, disse Neto. Os interessados em participar podem falar com ele pelo telefone (81) 8810-1685.
RECAPIBARIBE
O Movimento Recapibaribe foi fundado pelo casal Socorro e André Catanhede há 15 anos com o objetivo de alertar para a necessidade de revitalização do Rio Capibaribe. O Recapibaribe defende a implantação de atividades permanentes de planejamento, manutenção e controle que tenham como foco a recuperação do curso d’água.
Uma das ações realizadas pelo movimento é a coleta de resíduos do rio. Parte do que é recolhido é utilizada na ornamentação do Capibar, bar que serve como sede do movimento e que também é a residência do casal. Televisores velhos, latas de aço, garrafas de plástico e toda uma diversidade de materiais tirados do Capibaribe estão nas paredes do Capibar. “Faço isso não por achar bonito, mas para mostrar que precisamos repensar a forma que consumimos e produzimos lixo, pelo bem do Meio Ambiente”, explicou Socorro.

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